top of page

Longo, tafetá, preto, de festa e nunca usado para uma festa

  • Foto do escritor: haryane santos
    haryane santos
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura


Esse vestido de tafetá é uma das minhas maiores frustrações da vida (dramático, eu sei, mas não retiro o que disse)!


Tenho várias histórias de vestidos que costurei para festas aleatórias. O convite chegava, eu checava os tecidos disponíveis e “mandava ver”. Inclusive, já costurei um vestido em 3h para uma festa de Ano Novo — que acabei não indo — mas costurei o bendito vestido. E outro em 45 minutos para o meu aniversário de trinta e nove anos. Esse eu usei.


Fiz esse vestido porque estava vivendo uma fase de muitos convites para eventos e pouca disposição para costurar. O convite chegava e, mesmo com antecedência, eu esperava encontrar motivação para costurar alguma coisa em cima da hora, mas a disposição não vinha e eu desistia de ir ao evento. Bom, você pode pensar que, sem motivação, ainda restava a possibilidade de comprar algo novo. Só que aquela era uma época muito complicada, sem grana mesmo — com dificuldade para pagar o aluguel e contando moedas para sobreviver. Estava realmente vivendo uma fase muito difícil.


Então, em um raro momento de disposição, abri minha caixa de tecidos e encontrei esse tafetá. Vou chutar que ele provavelmente tinha uns três metros, porque, desde que o mundo é mundo, eu não compro menos que isso em tecidos. Já tinha esse modelo em mente. Restavam algumas dúvidas sobre como manter a frente do vestido sempre firme e em pé, mas, assim que desvendei esse “mistério”, consegui executar o vestido que logo seria o meu trunfo para o próximo evento que surgisse.


Adivinha: dois longos anos se passaram e nenhum novo convite surgiu!


Esse vestido, em particular, me frustrou porque eu realmente esperava usá-lo em alguma ocasião especial. Não se iluda com essas fotos — são meramente ilustrativas! Eu estava no terraço do prédio de uma conhecida, levei o vestido para ela me ajudar a fotografar antes que a cintura não coubesse mais em mim. Prendi o cabelo com uma trança e um lápis, sem maquiagem e sem filtro (nessa época não existiam filtros). Tiramos várias fotos na esperança de que uma funcionasse, e essas ficaram razoáveis para postar — apesar da expressão encolhida por causa do sol.


Tinha que usar, ou pelo menos fotografar! A cintura já estava ficando apertada e, por isso, recrutei uma parceira para eternizar esse vestido em uma foto. Se, no dia da foto, alguém me convidasse para uma festa, eu não sei se teria coragem de usar o vestido, de tão apertado que estava. Ele já não era mais tão confortável.


O tempo passou, e o vestido acabou virando outra coisa — ou foi doado, confesso que não lembro bem. Mas é impressionante como os ventos da costura me querem a todo vapor, porque, assim que o vestido deixou de fazer parte do meu armário, os convites voltaram a surgir e eu voltei a ser pressionada a costurar minhas roupas de festa.


Alguém consegue sugerir alguma teoria sobre o porquê de eu não ter conseguido usar aquele vestido? Por que justo quando eu tinha uma roupa nova, nenhum convite surgiu? Fica o questionamento.


Mas uma coisa é certa — e eu já falei muito sobre isso aqui: precisamos usar nossas roupas! Precisamos nos desprender da ideia de que existe um momento certo para usar aquilo que a gente gosta. O momento certo é agora!


Vai lá no teu armário, usa aquele vestido lindo e marca um jantar com as amigas!





Beijo grande!


Haryane Santos



Comments


RECEBA MEUS EMAILS

Obrigado pelo envio!

© 2023 por Entre as Costuras

bottom of page